sexta-feira, 25 de junho de 2010

O mundo está melhor ou pior?

Estive num curso de Governança Corporativa e no ultimo módulo que tratava de Ética (quanto mais sei sobre ética, mais gosto!), o professor perguntou para a turma se achávamos que o Mundo está a ficar melhor ou pior. Eu fiz - obviamente - parte da minoria que achou que o Mundo estava cada vez pior.

E vocês? O que acham? Bora debater o assunto? Ah, antes de emitir opinião, percam + 2 horas da vossa vida e vejam o filme "The Age of Stupid" de Franny Armstrong e com Pete Postlethwaite. Nada que a gente não saiba, mas extremamente educativo.
Paz

quinta-feira, 24 de junho de 2010

A arrogância dos poderosos...

Desde que cheguei ao Brasil quantas vezes eu ouvi pessoas me dizerem “veio da Europa para o Brasil?? Porquê?? Como se eu fosse o ultimo dos lunáticos na terra. Eduardo Castro, um amigo meu (brasileiro), recém imigrado para Moçambique, comentou essa baixa auto-estima do brasileiro no seu blog. Não vou me estender sobre essa tese com a qual concordo em gênero e grau. Quem é brasileiro não se dá conta como muitas vezes descreve o seu país como se fosse o pior lugar do mundo. Nem tanto ao mar, nem tanto à terra. Felizmente, como disse o Eduardo, essa visão está a mudar muito. O desenvolvimento do Brasil em todos os aspectos tem mudado a visão do estrangeiro sobre o país, assim como a auto-estima do cidadão nacional. E ainda bem. Já era mais que tempo. O Brasil tem se tornado na nova Meca. Os olhos do mundo estão virados para aqui há quase uma década. E isso pode ser positivo ou negativo, dependendo de como for encarado.

A minha esperança é que os brasileiros não se tornem arrogantes como todos os poderosos uma vez se tornaram. Há séculos atrás Portugal e Espanha dividiram o mundo e "descobriram" as Américas, a Inglaterra "criou" o novo mundo, a China construiu muralhas, os Estados Unidos foram para o Vietnam e Iraque. Enfim. E sabemos como a história é sempre escrita pelos vencedores e poderosos. O que muitos não parecem sequer imaginar é como se sentem os vencidos e os fracos. Menos o Brasil.

O Brasil sabe o que é ser um pais do 3º ou mesmo 4º mundo. E agora que, mais que nunca, tem todas as portas abertas para sair desse 3º ou 4º mundo, espero singelamente 2 ou 3 coisinhas:
  • Que consiga levar a maioria dos brasileiros nessa evolução: melhor nivel de vida para a maioria e não para a minoria que, afinal de contas, sempre teve a dita qualidade de vida
  • Que não esqueça a sua origem e não se deixe contagiar precisamente pela arrogância dos acima citados vencedores e poderosos.
  • Que assuma o seu papel de lider poderoso com toda a responsabilidade característica desse papel. Como disse a Tia May no Homem Aranha 1, "com grande poder vêm grande responsabilidade"! É como me disseram uma vez, não dá para ser uma cidade, uma empresa, um país justo e sustentável, num Mundo que não o é.
E também é só uma questão de bom senso. A história mostra claramente que o mundo evolui por ciclos. Todos esses países foram odiados pelo resto do mundo e sofreram fases intensas de declínio civilizacional. Como dizem os americanos "what goes around, comes around" ou "quanto mais alto o coqueiro, maior é o tombo" ;)

Como eu me sentiria/sinto feliz e orgulhoso por presenciar/participar/contribuir para o país que pode liderar a maior revolução civilizacional dos ultimos milênios...

quarta-feira, 16 de junho de 2010

A ética dos banheiros dos aviões

Aceito o desafio que o blogueiro de Para um mundo melhor fez aqui... e faço aqui minha sugestão: vamos aplicar em nossas vidas a ética dos banheiros de aviões.

Explico: nestes locais, perto da pia, há sempre um aviso que diz mais ou menos assim "como gentileza com o próximo passageiro, por favor deixe a pia seca. Você pode usar o papel que enxugou suas mãos para isso".
É simples. Enxuga-se a mão e antes de colocar o papel toalha no lixo, dá uma passadinha na pia que você mesmo molhou. Pronto, a pia está limpa, você não gastou mais do que 10 segundos e o próximo passageiro terá uma impressão agradável ao entrar.

O problema é que as pessoas sequer têm aceito o desafio no banheiro do avião, onde há um lembrete. Imagine fora dele. Quando eu estava escrevendo esse texto, fizeram a cômica ponderação de que talvez alguns obedeçam nos aviões e não em terra firme porque um passageiro nervoso por encontrar o banheiro sujo é menos perigoso quando não está no ar.

Certa vez uma colega reclamou do banheiro no escritório em que trabalhávamos, que estava sempe uma bagunça. Eu tentei usar com ela a lógica do banheiro do avião e sugeri: se cada um deixar como encontra, resolve-se o problema. E ela: acontece que está sempre sujo, vai ficar cada vez mais sujo.

Não, não iria. Pelo simples fato de que havia uma pessoa encarregada da limpeza. Logo cedo, antes de todos chegarem, ela deixava os banheiros limpos. E depois repetia isso algumas vezes ao longo do dia. Mas a primeira pessoa que usava já não deixava como encontrou e a segunda piorava a situação e quando a primeira pessoa iria usar novamente, depois de cinco terem passado por lá, estava insuportável.

O fato é que as pessoas não pensam como pequenas atitudes podem se reverter em seu próprio favor e em um ambiente mais agradável, seja em casa, no trabalho ou no avião. Quando alguém sai de um emprego, por exemplo, seja por vontade própria ou não, o mais correto seria deixar as gavetas e a mesa de trabalho vazias. Devolve-se ao almoxarifado o que for insumo de escritório, joga-se no lixo o que não vai ser entregue aos demais colegas e leva-se para casa o que for pessoal. Mas quantas pessoas não deixam "heranças para ninguém" em suas ex-gavetas de escritório? Então, o novo empregado que ocupa aquela mesa (pode até não ser o mesmo cargo), acaba deixando os itens lá por meses, na dúvida sobre se a pessoa esqueceu e vai voltar para pegar ou se aquilo ainda vai ter alguma utilidade para a empresa.

Que tal se encarássemos a Terra como sendo uma aeronave? Afinal, estamos todos nessa mesma viagem, não? Então, por que não ser gentil com o próximo e deixar um ambiente agradável por onde passar? Com certeza, se todos fizerem isso, quando você voltar lá, vai estar agradável ainda.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Avaliação de equipe, porquê?

Esta semana fiz a avaliação da minha equipe. Na Gerência de Responsabilidade Social do Grupo PAR, trabalho com mais duas analistas de RSE. Nenhum de nós é especializado na área (quem o é?), mas por afinidade com o assunto acabamos por abraçar o desafio de mudar a cultura empresarial do Grupo onde trabalhamos.

Nas minhas pesquisas sobre como melhorar a gestão de pessoas li que um bom método/sistema é conseguir dar 1 hora de atenção/avaliação/conversa por trimestre, com cada membro de equipe. A nossa segunda conversa do ano aconteceu na sexta-feira passada (dia 11/06). Independentemente do teor da conversa, algumas coisas me pareceram interessantes. Vejam só:

  • Muito embora o lado burocrático da coisa seja sempre pesado – nem elas nem eu temos particularmente vontade de encarar esse momento – o resultado é bastante positivo. O que achávamos que ia ser uma eternidade acaba por passar depressa demais.

  • A avaliação ainda carrega uma carga negativa e, em alguns casos, ainda é assimilado a um possível despedimento.

  • Uma conversa informal tem um efeito motivador impressionante. Pena que a maioria dos “chefes” não vejam isso e se deixem ficar pelos “parabéns pelo trabalho este ano, gostei de trabalhar com você”, dado rapidamente no inicio da festa de fim de ano da empresa, entre 2 copos de whisky 12 anos.

  • É um momento que permite ter uma perspectiva sobre o feito e o a fazer. Muitas vezes, na famosa correria do dia a dia, não pontuamos as vitórias, não destacamos as conquistas profissionais. Dei-me conta que é um momento que permite fazer esse levantamento e melhorar a nossa autoestima.

  • Ainda é difícil acontecer a avaliação dos “chefes” pelos súbditos. A cultura da hierarquia ainda dificulta muito esse intercambio. (quase) nenhum empregado consegue criticar construtivamente o seu superior hierárquico olhos nos olhos.

  • Infelizmente, ainda não temos esta sistemática vinculada a um plano de carreira, evolução de responsabilidades e de salário, porque na maior parte das vezes a empresa não tem espaço para crescimento de todos os seus profissionais ao mesmo tempo.

  • Desta vez também conseguimos estabelecer a dinâmica da criação de pequeno plano de desenvolvimento pessoal e profissional para o trimestre seguinte. Isso ajuda muito a clarificar as forças e fraquezas, tanto individuais como da equipe, e a ter uma orientação clara quanto aos passos a tomar.

  • Curiosamente, os colegas que não são avaliados tão sistematicamente sentiram a necessidade de cobrar esse retorno dos seus devidos gerentes ;)
Por ultimo, a coisa mais importante de todas é que este momento, quando bem isolado da confusão do dia a dia, e plenamente dedicado ao profissional, é quase como uma sessão de terapia onde o profissional se sente genuinamente escutado. E isso é rico demais para a motivação e custa muito pouco!

Sem dúvida aconselho, repetirei, e espero conseguir convencer os demais gerentes a fazer o mesmo!